25 de março de 2014

Bolo de Banana sem Farinha e sem Açúcar

Minha mãe me telefonou toda maravilhada com esse bolo que ela viu no programa da Catia Fonseca, principalmente porque não leva farinha e nem açúcar, e pasmem: é uma delícia e muito simples de se fazer!

Adaptei as quantidades para render uma forma de bolo inglês (e porque eu tenho mania de mudar receitas mesmo). Usei:

- 2 bananas nanicas ( devem estar beeem maduras, quase estragando);
- 1/2 xícara de uvas passas pretas;
- 2 ovos pequenos;
- 1/4 xícara de óleo;
- 1 xícara de aveia (tanto faz flocos finos ou grossos);
- 1 colher (sopa) de fermento em pó.
* Minha xícara medidora tem 220ml.

Bati tudo no liquidificador (deixei o fermento por último), mas se seu liquidificador não for muito potente aconselho a bater os ingredientes mais leves e juntar a aveia e o fermento em uma tigela porque essa massa é bem densa.

Na hora de assar fiquei na dúvida se deveria enfarinhar ou não a forma, então untei e polvilhei farinha de trigo. Acredito que dê para polvilhar com aveia em flocos finos (é que eu só tinha a aveia normal).


Levei para assar em forno preaquecido em 200º por cerca de 35 minutos. 

* O tempo pode variar muito dependendo da marca do seu forno. Faça o teste enfiando um palitinho no centro do bolo, se sair limpo, o bolo está assado. Mas atenção: só abra o forno para o teste depois de 30 minutos para o bolo não murchar.


Observações importantes: 
- Eu não achei propriamente sem açúcar, mas eu colocaria 2 colheres (sopa). Isso vai do gosto de cada um, minha mãe achou perfeito. Também depende do quanto a banana está madura, pois quanto mais madura, mais doce.
- Ele sai do forno bem crescido e depois murcha um pouco, é normal. Mesmo assim permanece super macio e úmido (amei a textura).
- Na hora de servir, polvilhe canela e /ou mel.

Copacabana aqui vou eu!

#prontaparaviajar #chiquitabacanaatelier

23 de março de 2014

Lasanha de carne-seca

Lasanha de carne-seca
Lasanha de carne-seca: um prato para saborear com gosto
Foto: Ormuzd Alves

Preparo: Demorado (acima de 45 minutos)
Rendimento: 4
Dificuldade: Fácil
Categoria: Massa
Calorias: 135

Ingredientes:

. 500g de massa para lasanha
. 1 Kg de carne seca dessalgada,cozida e desfiada
. 2 colheres (sopa) de azeite
. 1 cebola pequena picada
. 1 dente de alho picado
. Sal e pimenta a gosto
. 1/2 xícara (chá) de azeitonas picadas
. 2 tomates se pele e sementes picados
. 1/2 xícara (chá) do caldo do cozimento da carne
Molho:
. 1 Kg de abóbora
. 3 colheres (sopa) de azeite
. 1 cebola pequena picada
. 1 dente de alho picado
. 3 xícaras (chá) de caldo de legumes
. Sal e pimenta a gosto
. 1 embalagem de cream cheese (150g)
. 300g de mussarela ralada
. Salsa picada a gosto

Modo de preparo:

Em uma panela aqueça o azeite, doure a cebola e o alho. Acrescente a carne seca, tempere com o sal e a pimenta. Junte a azeitona, o tomate e o caldo do cozimento. Deixe cozinhar durante 5 minutos com a panela tampada. Reserve.
Molho: descasque e corte a abóbora em cubos pequenos. Em uma panela, aqueça o azeite, doure a cebola e o alho. Acrescente a abóbora e refogue por 5 minutos. Junte o caldo de legumes e cozinhe até a abóbora ficar bem macia. Tempere com o sal e a pimenta. No liquidificador, bata a abóbora com o cream cheese. Montagem: Em um refratário, alterne camadas de molho, massa, carne seca e mussarela. Polvilhe a salsa, cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido a 220ºC durante 25 minutos. Sirva em seguida.

22 de março de 2014

#prontaparaviajar


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Mobiliário alternativo

Nesta semana o assunto do blog é a reutilização! Podemos aproveitar materiais de descarte em praticamente tudo e nossa casa pode se tornar um grande laboratório de idéias!
Com a popularização do tema sustentabilidade, os designers e arquitetos têm desenvolvido cada vez mais peças exclusivas com materiais inusitados. Livros antigos, lápis de cor,  papelão e até gravatas… Quem poderia imaginar que designers famosos utilizariam esses objetos como matéria prima para suas criações?
Na última mostra de design de Milão, uma das principais feiras do mundo, vários exemplos desse tipo foram apresentados. Veja alguns exemplos abaixo.
O papelão foi o material escolhido para confeccionar essas duas poltronas.


A mesa feita de lápis de cor realmente impressiona pela criatividade e execução.


O puff e a cadeira de gravatas são peças inusitadas e com um charme todo especial!


Livros antigos foram colados uns nos outros, formando essa mesa e essa poltrona. Para garantir a durabilidade da peça, uma resina foi aplicada como acabamento.

21 de março de 2014

Passo a passo: jardim vertical


Os jardins verticais são uma ótima opção para corredores e jardins de inverno devido a falta de espaço. Com o uso de blocos cerâmicos ou de concreto podemos facilmente montar um em casa.
Vou mostrar neste post, o passo a passo de um jardim vertical suspenso que foi confeccionado em uma área de luz bem pequena em uma casa de vila. Como o local já era pavimentado, a solução foi utilizar vasos e uma cobrir o antigo piso com seixos e lajotas de barro.


 1- Os módulos cerâmicos devem ser assentados ou aplicados em paredes e muros de alvenaria com o uso de argamassa tipo AC3. Antes do assentamento é preciso remover qualquer revestimento ou textura e picotar a parede para melhor aderência da argamassa.
Recomenda-se a impermeabilização da parede, evitando-se assim a possibilidade de eventuais problemas de umidade.

 2- A instalação deve atender aos princípios básicos da alvenaria, utilizando-se sempre a meia peça para a amarração e melhor estruturação dos módulos. Os blocos podem ser assentados a partir do chão ou suspensos, como o da foto.
Neste caso é necessário utilizar uma mão francesa de cerâmica para suportar o peso dos módulos.
  
3- Depois de assentados, o próximo passo é o destacamento das travas das peças para criar uma canaleta que irá abrigar a terra e a irrigação.
Em seguida, deve-se rejuntar os módulos e finalizar com a impermeabilização dos blocos utilizando impermeabilizantes atóxicos.




 4- Após a impermeabilização deve-se instalar o sistema de irrigação por gotejamento, que consiste em pequenas mangueiras perfuradas correndo dentro das canaletas. Estas mangueiras são alimentadas por uma tubulação instalada nas extremidades do muro verde , ocultadas por uma peça de fechamento especial em cerâmica.
Agora, os blocos podem receber vários tipos de acabamentos, como texturas, pintura e pastilhas de vidro. Neste caso utilizou-se tinta mineral a base de terra aplicada com brocha.


5- Para iniciar o plantio é necessário preencher as caneletas com substrato adequado e definir as espécies que se adaptarão melhor ao clima do local.






 A foto abaixo ilustra outro exemplo de jardim vertical utilizando blocos cerâmicos instalados a partir do chão:





20 de março de 2014

O Melhor Sanduíche do Mundo



RECEITA DO MELHOR SANDUÍCHE DO MUNDO DE “ESPANGLÊS”
Ingredientes sanduíche:

2 fatias de pão italiano
2 fatias de queijo muzzarela
4 fatias de bacon
1 ovo
2 colheres de maionese
1 tomate cortado em rodelas
2 folhas de alface americana
sal

Modo de preparo:

Em uma frigideira bem quente, fritar o bacon até ficar crocante. Reservar. Na gordura que o bacon liberou, fritar os ovos. Reservar. Em uma das fatias de cada sanduíche, dispor as fatias de queijo e levar ao forno para derreter. Enquanto isso, montar o sanduíche. Passar nas fatias que sobraram a maionese, por cima colocar o bacon, os ovos, os tomates em rodelas e o alface lavadinho. Retirar a outra fatia do forno e fechar o melhor sanduíche do mundo.

#prontaparaviajar


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Nota mental...

Antes de emitir um julgamento, reavalie o seu ponto de vista! Muitas vezes o primeiro olhar pode nos enganar! 

Se uma foto pode causar certa confusão, imagine as muitas imagens de nosso cotidiano, os muitos pré-julgamentos que somos levados a fazer... 

Será que não acabamos sendo injustos em muitos momentos?



100 vezes Claudia!


A mulher arrastada pela Polícia Militar tinha nome – Cláudia Silva Ferreira. Cláudia também tinha família. E sonhos, coragem, dores e medos como qualquer ser humano. 

As denúncias da barbárie ocorrida são importantes e elas não devem cessar. Mas fugir do sensacionalismo e humanizar esse momento também é. Por isso, nos propusemos a retratar Cláudia com mais carinho do que o visto nos últimos dias.

A convite da OLGA, alguns artistas gentilmente criaram imagens sensíveis, que se dispõe a resgatar a dignidade roubada por criminosos. Este projeto se chama 100 VEZES CLÁUDIA e é aberto para que qualquer um possa enviar suas homenagens. 


Ou seja, esperamos publicar aqui novas artes com frequência. Quem sabe não chegamos a 100? 
Por fim, gostaríamos de imprimir algumas das ilustrações e enviar à família de Cláudia. 

Quer participar?

Escreva para olga@thinkolga.com. 

16 de março de 2014

Enquanto isso no Rio de Janeiro...


Café com as amigas!

No final de uma palestra sobre saúde na Universidade de Stanford o palestrante apontou, entre outras coisas, que os estudos mostram que uma das melhores coisas que um homem pode fazer por sua saúde é se casar: o casamento aumenta a longevidade e o bem-estar pessoal do homem.
Questionado sobre a saúde da mulher, o palestrante apontou um dado surpreendente: ao invés do casamento a mulher precisa cultivar seus relacionamentos com as amigas!
Essa declaração provocou risos na platéia, mas o professor fundamentou o fato muito à sério.
Os estudos realizados mostram que as mulheres se conectam de maneira diferente dos homens e fornecem outros sistemas de apoio que as ajudam a lidar com experiências estressantes e difíceis em suas vidas.
"Tempo com Amigas" é muito significativo no nível fisiológico: ajuda a produzir mais serotonina (neurotransmissor) que auxilia no combate à depressão e cria um sentimento geral de bem-estar. As mulheres tendem a compartilhar seus sentimentos, enquanto os homens geralmente se conectam em torno de tarefas. Eles raramente se sentam com um amigo falando sobre como se sentem sobre algo, ou como está sua vida pessoal. Falam de trabalho, esportes, carros, mulheres, etc. mas dos seus sentimentos, raramente...
As mulheres fazem isso o tempo todo. Elas compartilham sentimentos e emoções das profundezas de suas almas com suas amigas, e parece que isso realmente contribui para a sua própria saúde.
O conferencista acrescentou, ressaltando que o "tempo gasto" com amigas é tão importante para a saúde das mulheres como correr ou fazer ginástica.
De fato, há uma tendência (errônea) de pensar que quando nos envolvemos com alguma atividade física estamos fazendo algo de bom para o nosso corpo, enquanto que quando conversamos com as nossas amigas, "desperdiçamos" o tempo em vez de fazer algo mais produtivo.
O orador salientou que não manter relacionamentos de qualidade com outras pessoas prejudica a nossa saúde física tanto quanto o fumo!
Portanto, cada vez que nós (as mulheres, é claro) sentamos para conversar com uma amiga estamos fazendo algo muito benéfico para a nossa saúde.
Então... "Tim-Tim" ao café, chá, suco, etc. com as amigas!

Almofada dupla face - GOD SAVE THE QUEEN


| ✈️ Pomerode aqui vou eu ✈️ |

#prontaparaviajar


Selecionamos algumas churrasqueiras projetadas por profissionais de CasaPRO

13 de março de 2014

Filtros de café usados viram flores na mão de Artesã

Os trabalhos dela começaram por dois motivos: necessidade financeira e como terapia ocupacional. Adicione café à fórmula e o resultado é sucesso. Nas mãos da artesã e contadora Tânia Regina Coelho, aqueles filtros usados, que você normalmente joga no lixo após o uso, viram lindas flores cafeinadas: “Além disso, também decoro portas, paredes, painéis para suporte de TVs, luminárias, quadrinhos e outros objetos”, explica.
Filtros de cafe usados viram flores na mao de artesa   Filtros de café usados viram flores na mão de artesã
“Era funcionária de um escritório de contabilidade e fui demitida. Estava muito triste, desanimada. Havia feito alguns artesanatos para uma loja aqui em São José dos Campos [interior de São Paulo] e me ligaram pedindo mais produtos. Foi aí que comecei a produzir. Hoje, sou apaixonada pelo meu hobby.”
E os filtros, chegam de onde? “Eles são doações e trocas de novos por usados. Também faço um incentivo com brindes a cada dez caixas, que são sempre relacionados ao consumo do café: garrafa térmica, jarra, suportes, potes para o pó, xícara ou canecas”. O pai, que é fã de uma caneca quentinha, também guarda os estoques do material para a filha.
Paixão pela bebida
Foi exatamente o pai de Tânia, Milton Coelho, o mentor dela nesse universo. “Por morarmos na cidade de Areias (SP), conhecida como terra dos barões do café, tínhamos o hábito de tomar muito a bebida. É incrível como todos a adoram o grão por lá. Se você fizer uma visita à casa de alguém, é uma ofensa recusar uma xícara”.
Filtros de cafe usados viram flores na mao de artesa2   Filtros de café usados viram flores na mão de artesã
Ela também não recusa! Confessa que, além da dose matinal obrigatória, sempre dá algumas paradinhas durante os trabalhos com os filtros para uma boa xícara: “Também agendo encontros com meus clientes em cafeterias, para acertamos detalhes profissionais e saborearmos juntos um delicioso café”.

A paixão pela bebida – e por ajudar os outros – é tanta que Tânia possui um projeto para “capacitar e ensinar a arte com os filtros para pessoas que passam por problemas financeiros ou psicológicos. Ficarei muito feliz em poder ajudar pessoas que necessitem de apoio, assim como um dia precisei”, completa.

#prontaparaviajar


Essa e outras novidades podem ser encontradas aqui: 

12 de março de 2014

Garrafas e latas: Da cozinha para a decoração



Eu uso e sempre usei embalagens na decoração. Porque, para mim, o que interessa é o design da peça, sua beleza, ou sua história, e/ou sua utilidade, e não o preço ou onde eu comprei. Se eu gosto, fico querendo manter mais tempo o objeto, e aí é só procurar uma função.

Mas a dica para não virar acumuladora é: se você não encontra uma função para o que quer reaproveitar (seja uma embalagem ou um móvel ou qualquer outra coisa), não vale a pena o esforço.

Aliás, outra dica bacana (que é quase a mesma) é não "colecionar" quase-lixo demais. A decoração fica mais interessante se você intercala uma peça reutilizada com outras mais elegantes, ou num móvel mais discreto.


Aqui na #oficinadcoração temos muitas embalagens reaproveitadas. Das latas de azeite que funcionam como porta-tudo na cozinha, às latinhas de bala (com giz) e chá (com o paninho pra apagar) na lousa. Então a revista do Globo fez o convite, e no domingo estampamos suas páginas na matéria sobre garrafas e latas saem do mercado e dão toque especial à casa.


Enquanto as embalagens das duas primeiras fotos foram usadas do jeito que vieram, as do escritório sofreram interferência. Usei tecido (1, 4 e as duas 5), tinta (2), adesivo vinílico (3).


As latinhas de suculentas você já viu, né? Por fim, mais um reuso: a garrafinha de cerveja especial virou um vaso. Com um rótulo fofolete desse, dava dó jogar fora, né?

Agora, conta pra mim: que embalagem você não teve coragem de por no lixo e reusa em casa?

Be in love!

Cadê o beijo na boca?

A gente se casa e ele desaparece. Por quê?


Entre as várias coisas que acontecem depois que a gente se casa, há uma, chatíssima, que eu nunca vi discutida: os beijos na boca terminam. É isso mesmo. Você viu seus amigos casados se agarrando como faziam antigamente? Quando foi a última vez que você e seu ilustre marido trocaram um beijo de língua sensual e demorado? Se foi no mês passado, está tudo bem. Se você nem consegue se lembrar, não se assuste. Parece ser assim com todo mundo. A escritora americana Nora Ephron, que viveu até os 71 anos e teve três casamentos, disse que acontece com todos os casais.
Eu me pergunto por que é assim. O sexo depois do casamento se torna menos frequente, mas a qualidade da transa aumenta muito. Com a intimidade, as pessoas ficam mais à vontade, perdem a vergonha e começam a fazer e dizer o que gostam. Tudo se torna mais intenso e mais profundo. Melhora, enfim.
Com o beijo, não. Eles são longos e molhados no início, e repetem-se o tempo todo. Funcionam, no frescor da paixão, como a forma mais intensa e direta de preparação ao sexo. Depois somem. Reaparecem mornos de ternura no dia de aniversário ou cegos de desejo quase no clímax do sexo. E é só. Aquele beijo apaixonado e comovido que se trocava no meio da rua desaparece como os pares de meia, em algum lugar secreto do guarda-roupa do casal.
Nem precisa dizer como os beijos fazem falta, né? É provável que não exista nada tão íntimo. Sei que a garotada anda fazendo um esforço heróico para banalizar essa manifestação de intimidade humana, mas eles não conseguirão. Beijar 10 ou 20 na mesma noite equivale a não beijar ninguém. A mistura de todas as bocas não soma, emocionalmente, uma única boca bem beijada. Para usufruir um beijo plenamente é preciso desejá-lo com antecedência, é preciso querer a pessoa que está em volta daquela boca. Há uma parte física e uma parte emocional nas línguas que se tocam. A física é óbvia, mas é a emocional que dirige o processo e faz disparar o coração, assim como os outros sistemas físicos de preparação. Quando você beija alguém que deseja, alguém que já está na sua imaginação, o beijo equivale a abrir uma porta para dentro da pessoa, e de você mesmo. Pode-se ficar três horas ou três semanas pensando naquele momento. Um beijo anônimo não leva a lugar nenhum, porque a porta que ele abre não tem endereço.

       
Beijos fazem tanta falta durante o casamento que a primeira coisa que as pessoas fazem depois de se separar é beijar na boca, ardentemente. Sexo elas tinham, mesmo num casamento arruinado. Mas beijo na boca, não. Esse tem de ser resgatado, reconquistado, celebrado com champagne. Quem passou muito tempo sem beijo na boca sabe como é gostoso voltar a encostar um corpo na parede e beijar com pressa e sem limite. Se você estiver encantado pela pessoa, não há nada melhor. Mesmo o sexo que vem depois talvez não equivalha, emocionalmente, a esse momento de conquista e de aceitação. O beijo, mais até que a penetração, oferece a forma mais direta de expressar ternura. Eu abro a minha boca e me ofereço sem barreiras, eu aceito você dentro de mim, com afeto e com luxúria. Não é à toa que as prostitutas não beijam na boca. Há coisas que o dinheiro não compra.

Eu tenho poucas dúvidas de que os beijos estão por trás da maior parte dos casos de infidelidade. Depois de um tempo de estabilidade, quando os beijos já sumiram da relação, tudo com que o sujeito ou a mulher sonham, às vezes literalmente, é estar nos braços de alguém que se deseja, beijando de forma sôfrega e apaixonada. O sexo nas relações clandestinas muitas vezes não passa de um cenário elaborado em que a peça de satisfação essencial é o beijo longo e molhado que se dá no amante, aquele que deixa os joelhos moles e faz o corpo estremecer.
Não sei se existe remédio para a falta de beijos nas relações duradouras. Talvez seja um exagero de romantismo pedir que eles persistam. Pode ser que gente que dorme junta, discute sobre o lixo da cozinha e racha o seguro de saúde perca a vontade de fazer certas coisas. Haveria uma troca: eu ofereço a minha presença, minha ajuda e a minha lealdade, mas não terei mais vontade de beijar você. Parece justo?
De uma coisa, porém, eu estou seguro – as pessoas não deveriam abrir mão dos beijos e nem permitir que a falta deles empobreça seu casamento de uma forma irremediável. Quando o casal perceber que os beijos sumiram, talvez seja hora de inventar alguma coisa capaz de recuperá-los. Sexo morno é fácil de esquentar. De vídeos pornôs a casas de suingue, há uma indústria especializada em oferecer novas formas de desejo aos casais que estão se repetindo. O beijo talvez seja diferente. Ele contém uma dose elevada de romantismo e se nutre de um erotismo mais sutil. Para beijar seu par como antes, talvez seja preciso olhar para ela ou para ela de uma forma nova, como se vocês tivessem acabado de se conhecer. Isso é possível? Talvez criando situações novas, em cenários novos, com gente nova ao redor. Vale a pena o esforço? Eu acho que vale. Muitos casamentos bacanas acabam porque as pessoas passam tempo demais discutindo e tempo de menos se beijando. Qualquer coisa que ajude a inverter essa situação deve ser bem-vinda.

farm entrevista: airá ocrespo

Foto: Dani Dacorso
Há pouco mais de um mês o Rio é oficialmente apoiador do grafite, porque em janeiro o prefeito assinou o decreto “Grafite Rio”, que tem dado o que falar. Apesar de já colorir e inspirar o dia a dia das paisagens do carioca há décadas, só agora essa arte começa a ser reconhecida legalmente pela política. A notícia, no entanto, provocou rebuliço no meio artístico e levantou questões pra lá de polêmicas.
RENOIR
“Mas e a essência transgressora?”, “E precisa lá de decreto pra fazer arte?”, “Vai mudar alguma coisa?”. Entre questionamentos válidos e acalorados, chamamos o Airá (que já trabalhou com a gente na Casa de Verão) pra contar melhor essa história. “O decreto manifesta publicamente a importância que o grafite tem pra cidade. Isso pode render bons frutos pra nossa arte”, ele explica.
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O cara tá na cena há anos e já espalhou muitas de suas ideias pelos muros da cidade. No Grafite Rio, ele participou das reuniões de formatação do projeto. Além disso,  é curador do GaleRio, que vai cobrir toda a linha 2 – de São Cricri até Pavuna – com grafite e promete se transformar na maior galeria a céu aberto do planeta.
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São mais de 40km de arte pra quem enfrenta essa jornada todos os dias. Sobre o Grafite Rio, ele figura entre o grupos dos otimistas: “a médio prazo essa iniciativa pode transformar a gente em pólo mundial da arte urbana”. Se liga!
Conta pra gente o que o decreto Grafite Rio significa.
O Decreto é criado pra manifestar pública e oficialmente que o grafite tem grande importância pro Rio e principalmente pra balizar as decisões e procedimentos internos do poder público sobre essa arte. Ele também institui meios de fomentar a arte urbana na cidade, como através da liberação de determinadas áreas para a livre prática de grafite, dando suporte pra catalogação virtual da arte urbana pelo #StreetArtRio, com o projeto GaleRio que é uma plataforma de revitalização urbana por meio da arte e também com o apoio a um Conselho Carioca de grafite.
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Qual a importância dessa iniciativa?
É grande em vários aspectos, vai fazer com que os projetos de grafite sejam vistos com outros olhos em meio aos processos burocráticos de editais e autorizações da Prefeitura. Também vai permitir que os artistas urbanos tenham mais tranquilidade pra realizar suas ações, sem temer uma abordagem brusca da lei. Além disso vai potencializar um site que está mapeando a arte urbana na cidade permitindo que esta se eternize pela rede através do GaleRio. A iniciativa também ajuda a abrir um canal direto e desburocratizado de diálogo dos artistas com o poder público, através do Instituto Eixo Rio.
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O que você acha da polêmica que foi criada em torno da novidade?
Acho que a polêmica foi desnecessária, mas de certo modo ela é natural. As pessoas estão bem chateadas com a Prefeitura e por melhor que seja uma iniciativa tomada por ela, gera uma série de desconfianças. Além disso o grafite tem caráter transgressor e uma origem livre. Daí muita gente especulou achando que o decreto estava vindo para regular a ação dos artistas, o que não é verdade. Muito menos dizer o que é arte e o que não é, como até noticiado foi. Isso foi um equívoco, é o inverso da nossa proposta que é a de agregar valor.
Eu me Vendo
O que você acha da aceitação arte urbana hoje no Rio?
Eu vejo que é um movimento que está se consolidando, a cidade acata muito bem ao grafite. As pessoas passam e nos elogiam enquanto estamos pintando, pegam nosso contato, pedem pra tirar foto junto. E isso vai da Zona Sul ao extremo da Zona Norte ou Oeste. Pra citar um bom exemplo o Profeta Gentileza, que foi o primeiro grafiteiro da cidade, teve suas obras tombadas como patrimônio e o seu lema “Gentileza gera Gentileza” se tornou praticamente um slogan do Rio.
Mural todo
O que pode mudar com esse decreto?
Nas ruas, influi pouco mais significativamente, pois melhora a visão que qualquer tipo de agente repressor possa ter em relação ao nosso ato. No próprio lançamento do decreto, foi enfatizado que o documento era um ato simbólico pra dar mais respaldo a ação dos artistas na prática e na hora de tentar conseguir apoio para realizar ações maiores. Mas olhando como um todo, creio que o decreto potencializa a cena do grafite do Rio e a médio prazo pode transformá-lo num dos maiores pólos dessa arte no mundo.
Qual o cantinho do Rio que você acha mais a cara do grafite?
A Lapa, porque tem essa atmosfera informal e despojada que o carioca possui e que é típica do grafite. A Lapa tem uma cultura de Rua muito forte e é um bairro que tem importância fundamental na história da cena por ser um aglutinador. Locais como a Fundição Progresso, por exemplo, já abrigaram movimentos estratégicos em diversos momentos.
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Onde você vai mandar a sua próxima arte?
A gente não planeja, as pinturas acontecem espontaneamente. Mas em março vai rolar a primeira fase do projeto GaleRio e eu estarei com uma equipe pintando próximo a estação do Metrô de Triagem. Criaremos um corredor cultural lá, vai ser uma grande empreitada. Fora isso eu tenho grandes trabalhos como por exemplo no muro da Usina do Asfalto, na Leopoldina, no muro do Museu Histórico Nacional, na Praça XV e na Lapa, no mural dos Boêmios em frente ao Circo Voador.
Quais são as suas referências na hora H?
Minha principal referência é a música, pois sou MC também e me ligo muito nas sonoridades e ritmos. Gosto de arte em geral, poesia, literatura, dança, performance… sou aberto a tudo que for bem criativo e original, pois gosto de inovar sempre. Meu traço caminha cada vez mais pra uma estética impressionista e essa é uma escola distante do grafite. Muitas vezes a moda e a publicidade também me inspiram, então eu procuro estar sempre antenado em tudo pra ir processando e produzindo do meu jeito.
4
O que mais falar? Viva o grafite! \o/
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